O inventário no corpo e o encontro com a colonialidade

Resumo

 

Este trabalho abordará o eixo Inventário no Corpo do método Bailarino-Pesquisador-Intérprete (BPI), com foco nos desdobramentos que viabilizam à pessoa em processo entrar em contato com a colonialidade no corpo. No processo criativo proposto pelo BPI, o Inventário no Corpo apresenta como premissa o contato da(o) bailarina(o) com sua cultura velada. Nas práticas desta etapa do processo, tal investigação se dá através do corpo em movimento, do reavivamento das próprias memórias, e também através do contato com dados oferecidos por familiares. Neste percurso são deflagradas, entre outros aspectos, práticas corporais situadas em contextos subalternizados que foram invisibilizadas pelos processos históricos e estruturais sob os quais a família foi submetida. Entendendo a colonialidade como uma força que atua sob diferentes eixos da vida da pessoa, pretende-se focar no corpo que dança. O presente trabalho traz como objetivo evidenciar de que maneiras o acesso a saberes invisibilizados na própria história propiciam um movimento de tomada de consciência por parte da(o) bailarina(o) no que diz respeito aos processos da colonialidade.


Biografia do Autor

Nara Cálipo, Universidade Estadual do Paraná
Professora Colaboradora do curso de Bacharelado e Licenciatura em Dança da Faculdade de Artes do Paraná - Universidade Estadual do Paraná.

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Publicado
2021-12-16
Seção
Grupo de Pesquisadores em Dança