Experimentação e brasilidade na criação em dança do trans-forma

Resumo

O artigo apresenta uma análise sobre a brasilidade identificada no trabalho desenvolvido pelo Grupo Trans-Forma. O grupo foi criado em 1971 por Marilene Martins e apresentou como proposta a busca do gestual brasileiro. Os trabalhos criados se caracterizaram pela inovação na cena da dança belo-horizontina, ao desenvolver a experimentação, a criação coletiva e o hibridismo entre a dança, o teatro e a literatura. A influência de Klauss Vianna no desenvolvimento do balé brasileiro é identificada como referencial importante na construção de uma abordagem de dança por Marilene. A brasilidade é reconhecida nos temas, na movimentação livre, na escolha de músicas de compositores e textos de autores brasileiros, utilizados como referência nas criações do grupo. O espetáculo Kuadê, Juruna mata o sol, inspirado em uma lenda indígena, estreou em 1980 na Oficina de Dança Contemporânea de Salvador e se caracterizou pela liberdade de experimentação e pela pesquisa de movimentação. É apresentado como uma referência na análise da brasilidade identificada na criação em dança do Trans-Forma.  

Biografia do Autor

Danielle Márcia Fernandes, Universidade Federal de Minas Gerais
Doutoranda em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da UFMG (PPGA EBA).

Referências

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Publicado
2021-12-16
Seção
Grupo de Pesquisadores em Dança