Festivais de dança na pandemia: primeiros impactos

  • Arnaldo José Siqueira Universidade Federal de Pernambuco

Resumo

Como consequência da pandemia da Covid-19, as medidas de isolamento social e desaceleração da atividade produtiva provocaram um freio na vida social e cultural presencial, atingindo a mobilidade de pessoas e bens culturais, bem como os espaços de encontro comunitários onde a dança exercia a maior parte de suas atividades. Essas mudanças significaram, a sua vez, uma ruptura radical da atividade econômica do setor da dança, e ainda um desvelamento da precariedade do campo da dança, tanto no que diz respeito às perspectivas de exibição do setor, quanto à consolidação da produção artística. Tornou-se, então, importante compreender, a curto, médio, e longo prazo, quais propostas de exibição artística poderiam se sustentar, e até se desenvolver, a partir dessa mudança, e quais seriam os aportes que a dança teria para fazer à sociedade mediante seu potencial de ação. Este artigo traz a trajetória reflexiva, artística e pedagógica de festivais como o Cena CumpliCidades e o Cena Universidade que investiram na interface da dança com o audiovisual como uma forma criativa e poética de enfrentamento dos impactos da Covid-19, notadamente no campo da produção e exibição da dança e suas expressões no ambiente virtual.

Biografia do Autor

Arnaldo José Siqueira, Universidade Federal de Pernambuco
Professor do Departamento de Artes da UFPE no Curso de Licenciatura em Dança, doutor em Artes da Cena (Unicamp), programador e produtor cultural.

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Publicado
2021-12-16
Seção
História das Artes e do Espetáculo