Hipátia: tecido dramatúrgico entre fé, ciência e feminismos em tempos pandêmicos

  • Luciana de Fátima Rocha Pereira de Lyra Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

Urdida em primeira pessoa, esta comunicação visa partilhar a construção dramatúrgica da peça Hipátia, de autoria de Luciana Lyra, realizada entre os anos de 2020 e 2021. Tecida durante o período pandêmico, a peça tem por ensejo descortinar a jornada da cientista Hipátia de Alexandria, a primeira mulher matemática de que se tem conhecimento seguro e que despertou a fúria de fundamentalistas cristãos entre os séculos IV e V d. C., quando ocorreu uma importante transição no Império Romano: de um Estado totalmente pagão a um Estado em adesão contínua ao cristianismo. A dramaturgia confiada à Lyra pelo Instituto Martim Gonçalves (RJ), põe em trama questões latentes entre fé, ciência e feminismos, no intento de recobrar a estória desta importante figura histórica em termos contemporâneos de embates férreos balizados em conservadorismo, anticientificismo e patriarcalismo.

Biografia do Autor

Luciana de Fátima Rocha Pereira de Lyra, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Luciana Lyra nasceu em Recife-PE, é atriz, performer, encenadora, diretora, dramaturga e escritora. Professora do Departamento de Arte e Cultura Popular e da Pós Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é professora colaboradora e pós doutora em Artes Cênicas pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e professora colaboradora do Programa de Pós Graduação em Teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). É também pós doutora em Antropologia, pela FFLCH/USP, doutora e mestre em Artes Cênicas pelo IA/UNICAMP. Fundadora de seu estúdio de investigação, UNALUNA – PESQUISA E CRIAÇÃO EM ARTE, atua como atriz na Companhia de Teatro Os Fofos Encenam, em São Paulo. Além de Fogo de Monturo (2014) e Quarança (2016), Lyra atuou como dramaturga na criação dos textos A droga da obediência (adaptação-1998), Annexo Secreto (2003), Guerreiras, publicado em 2010, Sobre Homens e Caranguejos (2012), Lunik (Prêmio Proac-SP Dramaturgia 2012), Njilas (2013), Obscena (2015), Cara da Mãe (2015) e Josephina (Prêmio Proac-SP Dramaturgia 2016). É autora do romance infanto-juvenil De como meninas guerreiras contaram heroínas (2011). Sites: www.unaluna.art.br e www.lucianalyra.com.br

Referências

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MIRANDA, Maria Brígida de. Teatros feministas na ilha das bruxas: memórias e “herstory” de práticas teatrais feminstas em Florianópolis. Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X.

Publicado
2021-12-16
Seção
Mulheres da Cena