Cantocorpo: o corpo que somos na experiência de cantar os cantos de tradição do Candomblé Angola

  • Cristiane Madeira Universidade São Paulo

Resumo

A pesquisa tem como eixo de reflexão a produção de performatividades deflagradas a partir das potências dos cantos de Tradição do Candomblé Angola e os impactos deles na corporeidade: percepção, sentimento, espontaneidade e criatividade do ator/performer e a relação destes com o Teatro. Ela parte de um material cultural incorporado, no caso, os cantos de tradição do Candomblé Angola, que é intrinsecamente vivo e dinâmico, que poderão nos ajudar a configurar novas relações entre corpo, corpos, percepção, percepções, conhecimento, conhecimentos com as qualidades / divindades inerentes nos cantos, possibilitando que a experiência do sensível ocorra, abrindo potências de corporeidades que se ampliarão, desdobrarão e expandirão para o ato criativo. A investigação está localizada no contexto da Performance, Antropologia e Filosofia Bantu, e as suas referências mapeiam um panorama de bibliografia brasileira e africana, aludindo à noção de performance, especialmente no que se refere às 'práticas incorporadas' como campo de pesquisa.

Biografia do Autor

Cristiane Madeira, Universidade São Paulo
Doutora e Mestra em Artes Cênicas pelo PPGAC / ECA - Universidade São Paulo. Bacharel em Artes Cênicas pelo IA/ UNICAMP

Referências

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Publicado
2020-05-28
Seção
O Afro nas Artes Cênicas: performances afro diaspóricas em uma perspectiva de decolonização