Riscar o dojo, traçar caminhos para dançar livremente: o processo BPI e o autoconhecimento
Resumo
No presente trabalho apresentaremos alguns apontamentos iniciais sobre a experiência da primeira autora com o eixo Inventário no Corpo do método BPI. Trata-se de um estudo sobre este Método que é aplicado, tanto para a formação, como para a criação em artes da cena, considerando sua perspectiva integrativa para pensar o corpo através de um processo singular de aprofundamento e reconhecimento do sujeito sobre si mesmo. O desejo de investigar com mais profundidade tal processo surgiu na disciplina de Danças do Brasil III realizada em 2019, na Universidade Federal de Santa Maria. Nesta disciplina são utilizados alguns aspectos e ferramentas do BPI com o intuito de proporcionar aos alunos uma reflexão, quiçá decolonial, sobre cultura, folclore e tradição dentro da diversidade complexa que constitui as noções de brasilidade. Ao longo do semestre começamos a perceber como a aplicação dos eixos e ferramentas do método reverberavam nos corpos da turma. A partir dessa percepção surgem algumas questões: “o que vem à tona?”; “como libero essas sensações, esses sentimentos, imagens e movimentos?”; ”o que e como o outro e seus processos me provocam?”. Essas questões somadas ao desenvolvimento da disciplina foram nos conduzindo para a necessidade de compreender de modo mais verticalizado o procedimento formativo proposto pelo método BPI, bem como, os desdobramentos vinculados tanto à elaboração que se dá dentro dos laboratórios dirigidos, como no desvelar do eixo Inventário no Corpo. Almejamos, por fim, através de estudos teóricos e práticos do BPI, compreender e vivenciar como essa metodologia influencia no movimento, no reconhecimento e na reconexão com nosso corpo.
Referências
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos. Rio de Janeiro: Rocco, 2018.
NAGAI, Ângela. O dojo do BPI: lugar onde se desbrava um caminho. Campinas, SP: [s.n.], 2008.
RODRIGUES, Graziela Estela Fonseca. O método BPI (Bailarino-Pesquisador-Intérprete) e o desenvolvimento da imagem corporal: reflexões que consideram o discurso de bailarinas que vivenciaram um processo criativo baseado nesse método. 2003. Tese (Doutorado em Artes)- Programa de Pós-Graduação em Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.