Corpos de Arkhé negra

Resumo

Este artigo busca compreender as especificidades do corpo negro e seus gestos através de estudos sobre manifestações performáticas negro-brasileiras e de danças africanas para verificar o ensejo ou a evocação de conceitos estéticos e poéticos em que se presentifica a Arkhé negra. Tais conceitos ajudam na leitura e compreensão da produção em dança contemporânea de artistas que herdam tais características culturais (Arkhé negra), propondo a recriação de sua condição marginalizada de sujeito negro anunciando outras possibilidades para a criação na dança cênica e, assim, podemos ou não ser dimensionar tal produção como “dança contemporânea negra”.

Biografia do Autor

Franciane Kanzelumuka Salgado de Paula, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Bacharela em Dança pelo Departamento de Artes Corporais da UNICAMP, Mestra e Doutoranda em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP.

Referências

AULETE, Caldas. Novíssimo Aulete dicionário contemporâneo da língua portuguesa. GEIGER, Paulo (Org.). Rio de Janeiro: Lexikon, 2011.

CÉSAIRE, Aime. Discurso sobre a negritude. MOORE, Carlos (Org.). Belo Horizonte: Nandyala, 2010.

GOMES, Nilma. Intelectuais negros e produção do conhecimento: algumas reflexões sobre a realidade brasileira. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do sul. Coimbra: Almedina, 2009.

GUIMARÃES, Maria Claudia Alves. Dança contemporânea na Paulicéia. In: SOBRAL, Sonia; SANTO, Cristina Espírito; GREINER, Christine (Org.). Cartografia: rumos Itaú Cultural Dança 2009-2010. São Paulo: Itaú Cultural, 2010.

LOPES, Nei. Bantos, malês e identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

LOUPPE, Laurence. Poética da dança contemporânea. Lisboa: Orfeu Negro, 2012.

MANZINI, Yaskara Donizeti. Por que não dança Afro-brasileira? In: VOSS, Rita Ribeiro (Org.). Caminhos da pesquisa em dança: interculturalidade e diásporas. Recife: UFPE, 2016.

MARTINS, Leda Maria. Afrografias da memória: o reinado do rosário no Jatobá. São Paulo: Mazza, 1997.

MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar. In: RAVETTI, Graciela & ABEX, Maria (Org.). Performances, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais. Belo Horizonte: FALE – Faculdade de Letras da UFMG, 2002.

MONTEIRO, Marianna. Dança afro: uma dança moderna brasileira. In: NORA, Sigrid & SPANGHERO, Maíra (Org.). Húmus 4. Caxias do Sul: Lorigraf, 2011, v., p. 51-59.

RATSS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Instituto Kuanza, 2007.

SANTOS, Inaicyra Falcão dos. Corpo e ancestralidade: uma proposta pluricultural de dança-arte-educação. Salvador: EDUFBA, 2002.

SANTOS, Inaicyra Falcão dos. A dança de matriz africana no Brasil. Salvador, BA. 30 mai. 2005. Palestra ministrada no I Fórum Nacional de Performance Negra.

SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro: Imago; Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 2002.

SODRÉ, Muniz. A verdade seduzida: por um conceito de cultura no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

SENGHOR, Léopold S. Sobre a negritude. Diógenes: Revista Internacional De Ciências Humanas, Brasilia, n.2, p. 73-82, 1982.

TAVARES, Júlio César de. Dança de guerra – arquivo e arma: elementos para uma teoria da capoeiragem e da comunicação corporal afro-brasileira. Belo Horizonte: Nandyala, 2012.

Publicado
2020-05-28
Seção
O Afro nas Artes Cênicas: performances afro diaspóricas em uma perspectiva de decolonização