Mutilation of political power: spolia exhibiting as symbolic strategy
Resumo
Este artigo objetiva iluminar certas estratégias utilizadas durante o regime fascista na Itália para mutilar simbolicamente o poder da Coroa na Etiópia e seu desejo de mostrar o papel central do contexto da exposição na determinação de significados culturais e simbólicos. Por meio da exposição de bens culturais roubados da Etiópia, como o chapéu de gala de Menlik e o trono de Hailé Selassié, o regime fascista mostrou sua superioridade militar e política, provando ter tido sucesso onde o governo democrático anterior falhara. Após a Segunda Guerra Mundial, de acordo com o Tratado de Paris (art. 37), a Itália deveria devolver vários bens culturais roubados, incluindo o chapéu e o trono. Seguindo esses movimentos no espaço e no tempo, esses dois objetos tornaram-se oportunidade para desenvolver algumas importantes reflexões sobre as estratégias empregadas para propor uma imagem vitoriosa do regime fascista, de acordo com objetivos propagandísticos. A metodologia empregada privilegiou uma abordagem analítica e multidisciplinar, combinando noções de história, estudos culturais e de museus.
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