Composições zoológicas - errâncias transatlânticas de objetos feitos com aves, penas e insetos até os oitocentos
Resumo
Na cultura material dos oitocentos, na Europa e nas Américas, a vida após a morte de pássaros e insetos se materializou em composições que incluíam quadros [‘pinturas’], arranjos decorativos, joias, chapéus, ventarolas e trajes. Nessas diversas tipologias os enquadramentos classificatórios dos objetos não dão conta de sua natureza múltipla, ora natureza, ora arte. Este artigo reflete sobre o percurso e os sentidos atribuídos a um tipo de arte plumária não indígena produzida no Rio de Janeiro no século XIX, sob o ângulo das transferências culturais (Compangnon, 2009). O ponto de partida é o estudo de uma ventarola de penas, ave e insetos em sua caixa, um artesanato oitocentista muito pouco estudado no Brasil. Nesse percurso, encontramos o vínculo entre a produção oitocentista que atendia à demanda de um gosto de caráter burguês no contexto da influência franco-inglesa preponderante, com a época do descobrimento, quanto a produção material dos índios brasileiros passa a circular nas esferas mais restritas da aristocracia e alta burguesia europeia.
Publicado
2018-05-16
Edição
Seção
Dossiê - Objetos inquietos
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