Museografia e História da Arte: a experiência de Jeanron no Louvre na República de 1848-1852

Resumo

As práticas para a exposição da obra de arte na França do século XVIII até o período posterior à Revolução Francesa motivaram uma série de questionamentos e debates, provando que a questão do lugar da arte na sociedade havia se tornado alvo de interesse. Numa fase em que se configuram a afirmação da História da Arte enquanto disciplina acadêmica, a abertura das coleções régias e burguesas para o estabelecimento dos museus e o propósito de expor a obra de arte para o aprendizado da História da Arte, historiadores, artistas e arquitetos discutem quais seriam as estratégias mais adequadas para a exposição destas obras. Território ainda em formação, o museu é palco de experimentação para a museografia, onde não falta a ingerência de critérios ideológicos. O presente artigo procura refletir sobre o desenvolvimento da museografia e das linguagens da exposição que tiveram lugar a princípio em coleções de galerias do norte da Europa e no Museu do Louvre, destacando a experiência de Philippe-Auguste Jeanron, diretor da instituição na revolucionária Segunda República. Artista e ativista republicano, Jeanron colocou em prática seus ideais, direcionando a museografia para uma narrativa de cunho didático, estabelecendo as bases de criação do museu de arte como o lugar para o público que o visita.

Biografia do Autor

Maria Teresa Silveira - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Doutoranda em Artes Visuais no PPGAV EBA UFRJ. Mestre em Museologia e Patrimônio na UNIRIO/MAST, Especialista em História da Arte e Arquitetura no Brasil PUC-Rio, graduada pela Escola de Comunicações e Artes da USP.
Publicado
2019-01-18
Seção
Artigos - Colaborações