Um adendo moderno: a delegação iugoslava nas Bienais de São Paulo (1953-1961)

Resumo

O presente artigo examina as relações entre arte e política presentes nas exposições da representação da Iugoslávia nas Bienais Internacionais de Arte de São Paulo nas décadas de 1950 e 1960, e parte de um enfoque específico: o grupo de pinturas e gravuras apresentadas entre a segunda e a sexta edição da mostra e que foram adquiridas por meio dos prêmios de aquisição para as coleções do MAM São Paulo e de Ciccilo Matarazzo-Yolanda Penteado, doadas em 1963 à USP como parte do acervo que originou o Museu de Arte Contemporânea. O conjunto de 16 trabalhos realizados por oito artistas de seis países da então República Socialista Federativa Iugoslávia são indicativos de um importante episódio do modernismo nas artes plásticas, e abrange os debates relacionados ao embate figuração e abstração, arte fantástica, arte naïf e referências folclóricas. Esta também é uma oportunidade de compreender melhor as configurações institucionais entre Brasil e Iugoslávia e as maneiras pelas quais a política cultural iugoslava se fez presente no Brasil no pós-Segunda Guerra Mundial, período do qual perdura hoje a narrativa de polarização entre as potências da Guerra Fria.

Publicado
2018-09-11
Seção
Artigos - Colaborações