Os limites do pop global e de suas exposições: uma crítica brasileira ao pop expandido

Resumo

As exposições International Pop (Walker Art Center, Minneapolis, 2015-2016) e The World Goes Pop (Tate Modern, Londres, 2015-2016) reabriram a discussão sobre a arte pop e a apresentaram enquanto um fenômeno global. O viés de ambas as exposições esteve pautado em discussões levantadas pelas antropologia e história da arte nas últimas duas décadas em torno da noção de arte global, a qual, segundo Hans Belting, estaria envolvida com a problematização e deslocamento do cânone modernista universalista baseado na noção de hegemonia artística. A partir disso, alguns museus, principalmente localizados nos Estados Unidos e no Reino Unido, vêm realizando mostras que intentam formular cânones expandidos movidos por uma espécie de obsessão pelo global. Assim, perguntamo-nos se o que vem sendo operado em algumas exposições não é uma “retórica do global”, no sentido de um uso dessa concepção como uma chave de aparência multiculturalista a fim de manter as dinâmicas de hegemonia artística, a qual seria reafirmada pelas megainstituições que detém o poder discursivo de inserir a arte de “outros” em uma história da arte dita global. Este artigo analisa essa problemática a partir de um estudo de caso que considera essas exposições como núcleos irradiadores de questões teóricas, históricas e críticas relativas à produção artística brasileira dos anos 1960 que tem sido lida na chave da pop, principalmente àqueles trabalhos participantes das mostras.

Biografia do Autor

Alexandre Pedro de Medeiros - Universidade Estadual de Campinas, Universidade Estadual de Campinas
Doutorando e Mestre em História, na área de História da Arte, pelo IFCH/Unicamp e bacharel e licenciado em História pela Faed/Udesc.
Publicado
2018-09-11
Seção
Artigos - Colaborações