Do artista-curador à (não) curadoria: dilemas da 33ª Bienal de São Paulo

  • Luiz Camillo Osorio - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Resumo

O artigo desenvolve uma reflexão a partir de um problema observado na curadoria da 33ª Bienal de São Paulo: o fato de ter evitado uma intervenção curatorial e, assim, ter deixado de articular as diferentes exposições por meio de uma montagem expográfica que explorasse o conjunto, resultou em mostras isoladas sem esforço de conexão. Para o autor, se por um lado essa retirada buscava liberar as obras do aprisionamento temático, por outro lado foi uma forma de simplificar questões complexas. Tendo em conta o papel constitutivo da curadoria na articulação das obras à sua condição experencial e expositiva, e situando-se no debate do campo relacional entre curadoria e crítica, o artigo coloca em discussão questões referentes à pretensa e deliberada neutralização da função curatorial nesta Bienal. O argumento do autor é que o gesto curatorial não deve ser evitado, mas assumido como um risco necessário e um agenciamento decisivo na construção das exposições e da história da arte.

Publicado
2019-01-18
Seção
Ex-posições/33ª Bienal de São Paulo