Fatos sociais como esculturas

  • Tiago Guidi - Universidade de Brasília UnB, Universidade de Brasília

Resumo

O intento do presente artigo é cotejar um texto clássico da antropologia e um texto clássico da história da arte – no caso, respectivamente, Formas elementares da vida religiosa (1912), de Émile Durkheim, e NegerPlastik (1915), de Carl Einstein. Ambos os textos versam sobre uma diferença entre sagrado e profano, e, principalmente, sobre a necessidade de uma externalização do sagrado em objetos específicos, que servem não somente como representação do sagrado, mas também como sua apresentação. A abordagem durkheimiana enfatizará a transcendência do fenômeno social-religioso, enquanto a abordagem einsteiniana esmiuçará a materialidade mesma do sagrado. Tais diferenças de foco permitem traçar o contorno de duas epistemes e suas respectivas implicações teórico-metodológicas. Isto é: que perguntas faz a história da arte ao objeto sagrado, e que perguntas faz a antropologia ao objeto sagrado?

Biografia do Autor

Tiago Guidi - Universidade de Brasília, UnB, Universidade de Brasília
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília, na área de Teoria e História da Arte
Publicado
2019-10-27
Seção
Dossiê - Canibalismos Disciplinares. Entre a História da Arte e a Antropologia: museus, coleções e representações