Bernard Berenson, Lionello Venturi e a crítica de arte italiana: uma introdução ao epistolário (1907-1957)

  • Fernanda Marinho - Universidade Federal de São Paulo Fernanda Marinho é Pós-Doutoranda junto à Bibliotheca Hertziana de Roma (Max-Planck Institut) onde desenvolve o projeto de pesquisa Brazilian Modernism and the Italian Paradigm. The Commemorative Exhibition of the Fiftieth Anniversary of Official Immigration. O presente artigo é parte dos resultados obtidos ao longo do Pós-Doutorado no País (Unifesp; FAPESP) Olhares vertiginosos na reconstrução da história: o primitivo, o selvagem e o canibal e de Pós-Doutorado no Exterior (Musée du Louvre, FAPESP) Lionello Venturi’s primitivism and the French milieu, entre 2014 e 2018. E-mail: ˂fernandamarinho82@gmail.com˃. ORCID: ˂https://orcid.org/0000-0002-9422-5678˃.

Resumo

A formação da crítica de arte italiana dá-se ao longo do complicado período do entre guerras, marcado pelas dificuldades socioculturais geradas pela política fascista. Dois protagonistas desse cenário foram Bernard Berenson, americano que fixa endereço na famosa Villa I Tatti e se dedica devotamente ao Renascimento italiano, e Lionello Venturi, que introduz o método da crítica de arte por meio de uma perspectiva anticlássica que muito incomodava a ortodoxia acadêmica. O epistolário Berenson-Venturi apresenta mais de 100 cartas trocadas entre eles ao longo de 50 anos. Este artigo apresenta uma breve análise dos assuntos contemplados no epistolário e principalmente da relação entre seus protagonistas. Aproximados pelo comum interesse pela arte veneziana, Berenson e Venturi encontrarão um no outro não apenas a amizade, mas também um apoio intelectual fundamental àquele que nunca deixou de se sentir estrangeiro na Itália e também ao próprio italiano, que sempre precisou enfrentar os conterrâneos para promover seus ideais de modernidade. O epistolário nos fornece uma interessante fonte aos estudos sobre as relações entre a estética renascentista e aquela moderna no cenário de formação da crítica de arte italiana.

Biografia do Autor

Fernanda Marinho - Universidade Federal de São Paulo, Fernanda Marinho é Pós-Doutoranda junto à Bibliotheca Hertziana de Roma (Max-Planck Institut) onde desenvolve o projeto de pesquisa Brazilian Modernism and the Italian Paradigm. The Commemorative Exhibition of the Fiftieth Anniversary of Official Immigration. O presente artigo é parte dos resultados obtidos ao longo do Pós-Doutorado no País (Unifesp; FAPESP) Olhares vertiginosos na reconstrução da história: o primitivo, o selvagem e o canibal e de Pós-Doutorado no Exterior (Musée du Louvre, FAPESP) Lionello Venturi’s primitivism and the French milieu, entre 2014 e 2018. E-mail: ˂fernandamarinho82@gmail.com˃. ORCID: ˂https://orcid.org/0000-0002-9422-5678˃.
Doutorada em História da Arte, junto ao IFCH-UNICAMP (bolsa CNPq), dedicou-se ao Cinquecento italiano segundo a perspectiva do livro de Eugenio Battisti L?Antirinascimento, de 1962. Cursou um ano de seu doutorado junto à Scuola Normale Superiore di Pisa (bolsa CAPES). Durante a graduação no IART-UERJ estudou pinturas do Renascimento italiano conservadas na Fundação Eva Klabin (RJ) e, durante o mestrado no IFCH-UNICAMP (bolsa FAPESP) estudou a Madona atribuída a Giampietrino (MASP) e o ateliê milanês de Leonardo da Vinci. Finalizou a sua pesquisa de pós-doutorado junto à EFLCH da UNIFESP (bolsa FAPESP) dedicada à comparação dos usos dos conceitos de primitivo, selvagem e canibal, na historiografia artística italiana de Lionello Venturi, no Surrealismo francês e na Antropofagia brasileira, respectivamente. Cursou um ano de seu pós-doutorado junto ao Museu do Louvre (bolsa FAPESP). Participou da curadoria da exposição Rafael e a Definição da Beleza: da Divina Proporção à Graça, no Centro Cultural FIESP.
Publicado
2020-02-04
Seção
Dossiê - Intersecções do exílio: redes artísticas transnacionais, associações e colaborações