Jaime Fernandes Simões e a construção de narrativas sobre a art brut em Portugal

Resumo

Este artigo narra a história de Jaime Fernandes a partir de imaginários que se formam em torno da noção de art brut, conformando-lhe qualidades específicas enquanto sujeito louco e artista. Neste sentido, trabalha-se com os discursos produzidos pela crítica de arte portuguesa, em especial entre os anos de 1970 e 1980  do século XX, em encontro com as teorias psiquiátricas que fundamentam noções e qualificativos para as expressões dos sujeitos asilados. O caso de Jaime Fernandes é peculiar no sentido em que dá origem a estas discussões em Portugal, sendo ele considerado o primeiro grande artista descoberto nos termos da art brut no país. Propõe-se, sobretudo, conhecer o sujeito Jaime Fernandes a partir do cruzamento destes discursos e proposições conceituais, colaborando numa perspectiva mais ampla para o debate de noções como art brut e outsider art.

Biografia do Autor

Stefanie Gil Franco, Instituto de História da Arte Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa
No ano de 2019 concluiu o doutoramento em História da Arte na Universidade Nova de Lisboa com o projeto de pesquisa: "Os imperativos da arte: encontros com a loucura em Portugal do século XX". Possui mestrado em Antropologia Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP/2011) e graduação em Ciências Sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP/2008). Possui como foco de interesse temas relacionados à institucionalização da loucura, as práticas nosográficas da psiquiatria, assim como a promoção da loucura como elemento discursivo no campo das artes.
Publicado
2020-09-01
Seção
Artigos - Colaborações