Termos utilizados por cantores para identificar distorções vocais intencionais

  • Mauro Barro Fiuza Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Marta Assumpção de Andrada e Silva Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Resumo

Distorções vocais intencionais são efeitos sonoros que se assemelham a sons ásperos, roucos ou mesmo rosnados e são utilizadas por cantores de diversos gêneros musicais como formas de expressividade ou por questões estéticas. Cantores diferentes produzem e sentem os sons de formas diferentes e, consequentemente, nomeiam esses ajustes da maneira que acreditam ser as mais adequadas. Esta pesquisa verificou como cantores, professores de canto e pesquisadores nomeiam os ajustes de distorção vocal intencional. Foi aplicado questionário online em cantores sobre os termos adotados para denominar os diferentes tipos de distorções vocais. Como resultado, 121 cantores responderam a enquete e mencionaram 78 nomes para os sons distorcidos que produzem. A falta de consenso sobre como esses ajustes vocais são chamados dificulta a comunicação entre músicos e demais profissionais da voz. Os termos mais vezes mencionados foram: drive, growl, gutural, creaky, voz rasgada e scream.

Biografia do Autor

Mauro Barro Fiuza, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Mauro Barro Fiuza é cantor e professor de canto popular. Mestre em fonoaudiologia pela PUC-SP, com pesquisa na área de Voz. Certificado no curso The Science of the Singing Voice do Professor Johan Sundberg na Suécia. Possui aprimoramento - Formação Integrada em Voz pelo Centro de Estudos da Voz - CEV (2013), graduação em Licenciatura em Música pelo Centro Universitário SantAnna (2012). Integrante do Grupo de Estudos Vocal SP. Ministra cursos e workshops sobre técnica e ciência vocal e escreve sobre canto e ciência vocal em site próprio (www.estudiodevoz.com.br).
Marta Assumpção de Andrada e Silva, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Marta Assumpção de Andrada e Silva é fonoaudiólóga clínica, especialista em voz e em motricidade orofacial e coach em competência comunicativa e midia traning .  Mestre em Distúrbios da Comunicação e Doutora em Comunicação e Semiótica ambos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).  Coordenadora do Programa de Estudos Pós-graduados em Fonoaudiologia da PUC-SP, professora  adjunto no Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenadora, junto com o Prof. Dr. André Duprat, do Ambulatório de Artes Vocais da Santa Casa de São Paulo

Referências

BORCH, D. Zangger et al. Vocal fold vibration and voice source aperiodicity in ‘dist’tones: a study of a timbral ornament in rock singing. Logopedics Phoniatrics Vocology, v. 29, n. 4, p. 147-153, 2004.

COELHO, Ariel. Drives Vocais – Memórias de Acesso. Hotmart. 2017. Disponível em: < https://drivesvocaismemoriasdeacesso.club.hotmart.com/lesson/qV7yEwAo7J/4-os-drives-vocais-e-as-contribuicoes-da-antropofisiologia-vocal > Acesso em: 26 de fevereiro de 2018.

CROSS, Melissa. Zen of Screaming. Direção: Denise Korycki. New York: Loudmouth Inc, 2007. 1 DVD e 1 CD (145 min). NTSC, color.

GRAWUNDER, Sven. On the Physiology of Voice Production in South-Siberian Throat singing–Extended Abstract. Phonetician. V. I/II. n. 101/102. p. 25-32. 2010.

GUZMAN, Marco et al. Laryngoscopic, acoustic, perceptual, and functional assessment of voice in rock singers. Folia Phoniatrica et Logopaedica, v. 65, n. 5, p. 248-256, 2014.

HERBST, Christian T. et al. Glottal adduction and subglottal pressure in singing. Journal of Voice, v. 29, n. 4, p. 391-402, 2015.

IZDEBSKI, Krzysztof. 3D video reconstructions of vocal folds in extreme heavy metal (growl) singing from HSDP. ePhonoscope, v. 1, n. 1, 2017.

LEVIN, Theodore C.; EDGERTON, Michael E. The throat singers of Tuva. Scientific American, v. 281, n. 3, p. 80-87, 1999.

LINDESTAD, Per-Åke et al.. Voice source characteristics in Mongolian “throat singing” studied with high-speed imaging technique, acoustic spectra, and inverse filtering. Journal of Voice, 15(1), 78-85. 2001.

MCGLASHAN, Julian; SAYLES, Mark; SADOLIN, Cathrine. Vocal effects in singing: a study of intentional distortion using laryngostroboscopy and electrolaryngography. In 10th International Conference Advances in Quantitative Laryngology. Cincinnati, EUA. p. 81, jun. 2013.

NEUBAUER, Jürgen; EDGERTON, Michael; HERZEL, Hanspeter. Nonlinear phenomena in contemporary vocal music. Journal of Voice, v. 18, n. 1, p. 1-12, 2004.

POMPEU, Ana Terra Santos; BARREIRO, Suamit Marques. Rua, que a nossa voz seja ouvida: uma contribuição fonoaudiológica sobre a voz no Rap nacional. Música Popular em Revista, v. 2, 2017.

SADOLIN Cathrine. Complete Vocal Technique. Dinamarca: Cvi Publications, 2012.

SAKAKIBARA, Ken Ichi et al. Observation of subharmonic voices. Proceedings of the ICA, Madrid, Spain. 2007.

TITZE, Ingo. Deliberate use of distortion in singing. The Journal of the Acoustical Society of America, v. 103, n. 5, p. 2796-2797, 1998.

VENDERA, Jaime. Raise Your Voice: the advanced manual. Ohio, EUA: Vendera Publishing, 2013.

YEH, David T.; ABEL, Jonathan S.; SMITH, Julius O. Simplified, physically-informed models of distortion and overdrive guitar effects pedals. In: Proc. of the Int. Conf. on Digital Audio Effects (DAFx-07). Bordeaux, França. p. 10-14. 2007.

YOSHINAGA, Ikuyo; KONG, Jiangping. Laryngeal vibratory behavior in traditional Noh singing. Tsinghua Science and Technology, Pequim, China. v. 17, n. 1, p. 94-103, 2012.

Publicado
2019-12-28