Malandro é malandro, mané é mané: a exaltação da malandragem na música de Moreira da Silva

  • José Geraldo Pereira Baião Universidade de Brasília

Resumo

Este trabalho analisa características de uma personagem imortalizada em nossa música popular por Moreira da Silva, o Kid Morengueira: o malandro, que, para DaMatta (1994) se revela, no contexto da sociedade brasileira, "um profissional do jeitinho". O malandro prototípico materializa o que Antonio Candido (2004) denomina de "a dialética da malandragem" – uma espécie de intercambialidade entre um polo da ordem ou das condutas socialmente aceitas e um polo da desordem ou das atitudes ilícitas. Desse encontro do permitido e do proibido surge uma certa ausência de juízo moral, já que para o malandro existe uma relativa correspondência e fluidez entre o mundo da ordem e o mundo da desordem. O malandro não padeceria de conflitos de consciência, porque seus parâmetros de distinção entre o lícito e o ilícito revelam-se relativos e fluidos.

Biografia do Autor

José Geraldo Pereira Baião, Universidade de Brasília
José Geraldo Pereira Baião é Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB), com dissertação sobre livros didáticos de Língua Portuguesa. Possui experiência docente, tendo atuado em instituições como Faculdade Anhanguera, Faculdade Juscelino Kubistchek e Instituto de Ensino Superior do Centro-Oeste. Tem trabalhos publicados nos seguintes periódicos: Revista Philologus, Ciência Hoje e Educação Marista.
Publicado
2013-07-13
Edição
Seção
Artigos