Dossiê: ​ Dramaturgia(s) Diversa(s)

2015-03-20
Durante dois milênios, a compreensão do termo dramaturgia permaneceu inequívoca. Por mais diversas que tenham sido as suas manifestações ao longo do tempo, esta se referia ao texto dramático como suporte ao espetáculo teatral; configurando-se como a trama das ações realizadas pelos personagens ou nas quais estavam enredados. Na atualidade, a noção de dramaturgia se expandiu e já não mais está restrita à cena especificamente teatral ou ao resultado da ação criativa do dramaturgo: ante a inevitabilidade de estruturar os sentidos do espetáculo, ou da arte presencial que se desenvolve no tempo e no espaço, artistas de áreas como a atuação, a dança, a iluminação, o espaço, a performance etc., vêm requerendo ou propondo as "suas dramaturgias". Será que realmente tem sentido pensar em “dramaturgias” ou manter o termo limitado àquilo que a tradição estabeleceu? Quais as propostas de manifestações dramatúrgicas diversas que têm efetivamente se configurado com consistência? Que proposições se restringem a usar o termo apenas em função de seu potencial metafórico? O texto cênico quando não se configura como uma trama de ações e sim como uma sequência plástica de imagens compostas com os corpos dos intérpretes pode ser considerado uma dramaturgia? ARevista Pítágoras 500 dedicará seu próximo número as muitas problematizações que têm aflorado no campo da arte da dramaturgia. Convidamos todos os que têm estudos sobre o assunto ou que o estão pesquisando a encaminharem propostas para compormos o “dossiê Dramaturgias”, a sair em breve. Os artigos para esse dossiê serão aceitos até o dia 30 de junho de 2015 e poderão fazer parte do número 08 de nosso periódico.