O processo de criação em dança a partir de exercícios de concentração e improvisação em dança associados à imaginação ativa.

  • Elisabeth Bauch Zimmermann PPGADC - IA - UNICAMP
  • Adriana Santos Teixeira Barcellos UNICAMP

Resumo

RESUMO

A obra de arte, quando emerge do inconsciente, carregando conteúdos universais é expressão simbólica e transcendente. O símbolo pertence ao mundo sensível, que não se pode explicar ou definir. É a figuração imagética de uma realidade misteriosa. A emoção é o canal utilizado pelo símbolo para trazer à tona relações e conteúdos inesperados. Na intenção da criação artística com o objetivo de alcançar conteúdos coletivos e simbólicos, faz-se uso da Imaginação Ativa, técnica desenvolvida por Jung para vivenciar incursões ao universo inconsciente. Em sua aplicação se desenvolve em algumas etapas: num primeiro momento, o indivíduo tenta silenciar o consciente permitindo a ação inconsciente na produção de imagens. O relaxamento é essencial e deve ser feito de modo a tranquilizar as inquietações e preocupações interiores. É necessário, além disso, uma atitude de disponibilização a novas imagens desconhecidas, sem julgamento ou crítica. Num segundo momento, é estabelecido um diálogo com as imagens permitindo seus desdobramentos. Finalmente, o indivíduo dá expressão à imagem interior, simbolizando-a através da pintura, escultura ou dança. O trabalho se desenvolve em sessões de sequências estruturadas de movimentos básicos que desenvolvem, organicamente, uma consciência elementar do corpo; exercícios meditativos na forma de pequenas coreografias em espaço reduzido, introduzindo, de forma consciente, a calma como força ordenadora e centralizadora;  improvisação livre de movimentos diretamente relacionados com as peças musicais selecionadas, nas quais prevalece o confronto exploratório com os aspectos espaciais, temporais e dinâmicos do movimento.

Palavras-chave: Imaginação Ativa. Improvisação em Dança, Inconsciente. Criação.

 

ABSTRACT

The work of art, when it emerges from the unconscious, carrying universal contents is a symbolic and transcendent expression. The symbol belongs to the sensitive world, which cannot be explained or defined. It is the imaginary figuration of a mysterious reality. Emotion is the channel used by the symbol to bring forth unexpected relationships and contents. In the intention of the artistic creation with the objective to reach collective and symbolic contents, one makes use of the Active Imagination, technique developed by Jung to experience incursions into the unconscious universe. In its application, it develops in some stages: in the first moment, the individual tries to silence the conscious allowing the unconscious action in the production of images. Relaxation is essential and must be done in a way that reassures inner cares and concerns. There is also a need to make available new, unfamiliar images without judgment or criticism. In a second moment, a dialogue is established with the images allowing their unfolding. Finally, the individual gives expression to the inner image, symbolizing it through painting, sculpture or dance. The work develops in sessions of structured sequences of basic movements that organically develop an elemental consciousness of the body; Meditative exercises in the form of small choreographies in small space, introducing, consciously, the calm as a centralizing and ordering force; Free improvisation of movements directly related to the selected musical pieces, in which the exploratory confrontation with the spatial, temporal and dynamic aspects of the movement prevails.

Keywords: Active Imagination. Improvisation in Dance, Unconscious. Creation.

Publicado
2017-10-04
Edição
Seção
Textos Completos - Artigos e Ensaios