Apresentação

  • Mario Fanucchi

Resumo

Centenário de Osvaldo Moles

Meu contato pessoal com Osvaldo Moles se deu na década de 1950, não dentro do rádio, em que ele era um expoente e eu, recém-chegado a São Paulo, reencetava minha carreira iniciada havia cinco anos. É que eu tinha sido convidado a fazer parte de uma equipe, liderada por Moles, responsável pela produção da propaganda de um candidato. Pude, assim, conviver por um breve período com alguém cuja trajetória eu conhecia, na condição de simples ouvinte, e, depois, continuei a acompanhar mesmo quando trabalhava numa emissora concorrente.

O fato é que os programas de Osvaldo Moles são uma referência para o que de melhor o rádio brasileiro produziu na chamada “Era de Ouro”. Revivê-los é, mais do que um prazer, um dever de ofício. E aí vai um exemplo:

“Bangalôs e Malocas” era o título de uma notável série, com apresentações semanais, ao vivo, no auditório, com a participação de um elenco de que faziam parte Adoniran Barbosa, a orquestra, sob a direção de Hervê Cordovil, e um intérprete da música que fechava cada audição.

Convido-os a analisar a construção da cena (com música incidental e tudo!), a autenticidade de seus personagens, a força do diálogo (na bem manejada linguagem dos excluídos!), tudo a demonstrar a rica imaginação do autor, além do inteligente uso dos melhores recursos do rádio à época.

Admirem Osvaldo Moles como eu, ainda jovem e ansioso por aprender, soube admirá-lo. 


Mario Fanucchi 


Publicado
2016-10-22
Edição
Seção
Dossiê Sonora