A concepção cênica de Estou te escrevendo de um país distante
Resumo
Em 1997, Felipe Hirsch, ao integrar na montagem de Estou te escrevendo de um país distante, o Hamlet shakespeariano e as outras referências intertextuais dentro da dinâmica da dialética de apropriação textual através da prática paródica, formula uma recodificação moderna da tragédia shakespeariana: o homem moderno é despido de todas as suas máscaras, ilusões, verdades disfarçadas e dilacera-se entre exigências contraditórias de um mundo que finge ser real e que o impele a assumir ficticiamente o seu papel de herói trágico. Hirsch reitera que quando ele começou a escrever o texto moderno, ele não queria contar a história do Hamlet seguindo a estrutura tradicional com o desenrolar dos cinco atos: ele não pretendia simplesmente encenar mais um Hamlet com outras palavras.Referências
HAZLITT, W. Characters of Shakespeare´s Plays. London: Oxford University Press, 1939.
HELIODORA, B. Falando de Shakespeare. São Paulo: Perspectiva, 1997.
HIRSCH, Felipe. Estou te Escrevendo de um país distante: Hamlet com febre. Roteiro de encenação. Curitiba, 1997.
PAVIS, P. Dicionário de teatro. (Trad.) J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 1999.
Publicado
2018-04-27
Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade