Minha Pátria é Minha Ginga: O Samba do Crioulo Doido de Luiz de Abreu

  • Eliana Rodrigues Silva Universidade Federal da Bahia

Resumo

Moro na cidade do Salvador, onde oitenta por cento da população é afro-descendente. Os corpos que desfilam no dia a dia dessa cidade parecem afirmar uma das verdades constantes da corporeidade brasileira: aquela que fala do bem estar com o corpo, o que se dá através da sabedoria e aceitação de sua natureza.  Essa organização informal indica que a distância íntima, pessoal, social e política, nesse contexto, não estão delimitadas de uma forma rígida nem fixa. É notória a facilidade com que os corpos, em Salvador, se aproximam e se tocam, sem maiores problemas. As cinesferas de ação interpessoal estão, constantemente, sendo negociadas com naturalidade. Nada parece ser invasivo, nem assim considerado, como acontece habitualmente em outros contextos culturais, onde há um cuidado extremo quanto ao olhar, à proximidade e especialmente ao toque. Há na maneira graciosa desse povo mover-se imensa fluidez, leveza e facilidade para a dança

Referências

LAPLANTINE, François. Corps, Métissage et Language. In: FINTZ, Claude (org). Le Corps Comme Lieu de Métissages. Paris: L´Harmattan, 2003.

LE BRETÓN, David. Anthropology du Corps et Modernité. Paris: PUF, 1990.

NÓBREGA, Nadir. O Samba do Crioulo Doido: Recontando sua História com seus Corpos. In: Cadernos do GIPE – CIT Nº 13, ESTUDOS DO CORPO III. Salvador: PPGAC, 2005.

JOWITT, Deborah. Beyond Description: Writing beneath the surface. In: ALBRIGHT C, Ann (Ed). Moving History/Dancing Cultures. New York: Wesleyan, 2001.

MAUSS , Marcel. Les Techniques du Corps (1936). In: MAUSS, Marcel. Sociologie et Anthropologie. Paris: Quadrige/Puf, 1968.

Publicado
2018-04-27
Seção
Pesquisa em Dança no Brasil: Processos e Investigações