Tempo, ritmo, dinâmica – como soa a música da cena

  • Jacyan Castilho Universidade Federal da Bahia

Resumo

Frequentemente dizemos, de um espetáculo fluente, que ele “soa como uma sinfonia”. A metáfora da adjetivação musical indica que o receptor intui que um espetáculo que lhe agrada transborda uma, digamos, musicalidade. Esta “sensação musical” é produto da dinâmica da composição (variação de intensidades, que podem vir a constituir os climas do espetáculo), pela arquitetura rítmica (construída por periodicidades, paralelismos, recorrências, fragmentações) e pela distribuição dos acentos expressivos – criação de ápices de tensão, ou, no caso de sua ausência, uma sensação de circularidade temporal. Quanto mais “afinados” os instrumentos da obra – atores, ambientação cênica, texto, soluções da direção, etc. – e quanto mais “entrosados” entre si esses instrumentos se apresentam, mais prepondera essa sensação de “ajuste”, de prazer de fruição para o espectador

Referências

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Publicado
2018-04-27
Seção
Processos de Criação e Expressão Cênicas