ATOR, SATOR, SATORI

  • Alexandre Nunes Universidade Federal de Goiás

Resumo

Nos últimos dois séculos, foi possível observar pelo menos duas grandes mudanças de perspectiva que determinaram profundamente o rumo das reflexões e da práxis teatral. Na verdade, seria possível observar uma quantidade maior de reviravoltas, dada a realidade cada vez mais plural e multifacetada da chamada cena contemporânea, mas vou ater-me inicialmente a apenas duas, de um ponto de vista histórico e focal. A primeira delas foi o advento do encenador, e quando se fala neste tema há de se ter em conta o fato de que, mesmo antes de se pensarem como tais, muitos foram os profissionais que desempenharam esta função, apesar de não o fazerem com a consciência que, nos dias de hoje, se tem acerca dela, por meio da figura do metteur en scène. Foi a partir desta conscientização e da conseqüente gênese do encenador, como tal, que as questões ligadas à operacionalização do espetáculo, de acordo com leituras e releituras específicas, das obras literárias de suporte, solidificaram-se como campo específico de trabalho, na oficina da cena teatral, gerando novas ferramentas metodológicas. Dito de modo sintético, foi este advento que, aliado à gênese da teoria dos signos, a semiótica, possibilitou a formulação do que hoje se entende por texto cênico ou escritura da cena (cf. PAVIS, 1999).

Referências

DIDEROT, D. Textos Escolhidos. Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1985.

PAVIS, P. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.

KUSNET, E. Ator e Método. São Paulo: MEC, 1978.

BONFITTO, M. O Ator-Compositor: as Ações Físicas como Eixo: de Stanislavski a Barba. São Paulo: Perspectiva, 2002.

TOPORKOV, V. Stanislavsky Dirige. Buenos Aires: Compañía General Fabril, 1961.

OLSEN, M. As Máscaras Mutáveis do Buda Dourado. São Paulo: Perspectiva, 2004.

Publicado
2018-04-27