ARQUITETURA E CENA: IBSEN E SHAKESPEARE CONQUISTAM O PÚBLICO EM ESPETÁCULOS BRASILEIROS INUSITADOS

  • Evelyn Furquim Werneck Lima Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

Independentemente da dramaturgia, espaços teatrais podem determinar a relação mais ou menos interativa dos espectadores aumentando a partilha do espetáculo entre palco e plateia. Tal como ressalta Chartier (2002), um aspecto do teatro é a “negociação” entre essa arte e o mundo social, ou seja, a “materialidade do texto” que deve ser considerada como uma operação que inclui a produção do próprio texto (o discurso, a época), o lugar de produção e sua transmissão. Nesta mesa temática, pretende-se discutir como textos de Ibsen e de Shakespeare foram encenados em espetáculos brasileiros articulando arquitetura e cena com intuito de provocar uma recepção ativa do público, a partir da análise da produção de Peer Gynt, de Ibsen (2006), e Romeu e Julieta (2012), de Shakespeare, no Globe, em Londres. Os dois espetáculos atestam diferentes formas de produção e comunicação com o público em momentos e espaços sociais diversos.

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Publicado
2018-05-21
Seção
História das Artes e do Espetáculo