A cidade como cenário corporizado

  • Claudia Edith Pérez Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Clóvis Dias Massa Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

A cidade não pode ser definida como totalidade ao se tratar de um conjunto de corpos se afetando entre si, por isso a chamamos de acontecimento. Esta não se constitui unicamente de arquitetura, pois possui uma qualidade intensiva que permite a troca de forças entre ator e espaço tal e como é possível a troca entre atores. O intercâmbio de forças no caso da relação ator – cidade pode resultar em “corpografias”, a cidade inscrita no corpo do ator. Propõe-se a ideia das corpografias como ferramenta para uma criação artística mais simbiótica com o espaço urbano na qual o ator esteja disposto a ser modificado pela cidade tanto quanto ele a modifica. Procura-se, sobretudo, que o ator e encenador concebam a cidade não só como imagem, mas também como conjunto de forças. Assim, o conhecimento da cidade através da experiência corporal - intensiva não resulta na cidade como cenografia, mas na cidade como cenário corporizado.

Referências

BERNARD, Michel. De la corporéité fictionnaire. In: Revue Internationale de Philosophie, Paris, n.4, 2002.

CERTEAU, Michel de. La invención de lo cotidiano I : Artes de hacer. 1ª Edição. México: Universidad Iberoamericana , Instituto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente, 2000.

COSTA, Rogério Da. Seminário Introdução ao pensamento de Deleuze e Guattari. Porto Alegre: Espaço de Vida, mai/ago 2006.

CANCLINI, Néstor García. Imaginarios urbanos. 1ª Edição. Buenos Aires: Editorial Universitaria de Buenos Aires, ago. 1997.

GIL, José. Transcrição de palestra. In: ILINX- Revista do LUME, Campinas, n.1, set. 2012.

JAQUES, Paola Berenstein. Corpografías urbanas. In: Arquitextos, São Paulo, n.93, ano 08, fev 2008.

Publicado
2018-08-15
Seção
Artes Cênicas na Rua