Considerações sobre como tratar de circo com os novos pesquisadores

  • Daniele Pimenta Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

Resumo

O presente trabalho expõe reflexões surgidas ao longo do último semestre de convivência com novos pesquisadores, ao ministrar uma disciplina sobre Circo-Teatro na pós-graduação do Instituto de Artes da UNESP. Diante das experiências apresentadas e das discussões desenvolvidas, tornou-se evidente que há muitas diferenças na percepção desses pós-graduandos sobre conceitos básicos do circo e do circo-teatro, dependendo de suas experiências pessoais e escolas de origem. Essas diferenças, que vão do total desconhecimento teórico e grande carga de experiência prática a um referencial histórico consistente desvinculado de vivência artística, definem o grau de consciência com que desenvolvem e analisam técnica e esteticamente seus trabalhos. Um dos aspectos mais discutidos foi a percepção inicial de muitos deles de que o termo circo-teatro indicaria uma linguagem híbrida de técnicas teatrais e circenses, em analogia direta com o termo dança-teatro, desconsiderando os conceitos estéticos e estruturais do Circo-Teatro propriamente dito e adotando o termo como definição para a abordagem corporal e dramatúrgica de determinadas criações contemporâneas. Essa discussão se repete em alguns encontros e bancas, ao se analisar obras híbridas de difícil classificação, e merece aprofundamento e difusão.

Referências

PIMENTA, Daniele. A dramaturgia circense: conformação, persistência e

transformações. Tese (doutorado em Artes). Campinas: IA/UNICAMP, 2009.

SILVA, Ermínia. O circo: sua arte e seus saberes – o circo no Brasil do final

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______ As múltiplas linguagens da teatralidade circense – Benjamim de

Oliveira e o Circo-Teatro no Brasil no final do século XIX e início do XX. Tese

(doutorado em história). Campinas: IFCH/UNICAMP, 2003.

SOFFREDINI, Carlos Alberto. De um trabalhador sobre seu trabalho. São

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Publicado
2018-08-15
Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade