Corpo desembestado: o devir-animal, o Teatro da Crueldade e suas afecções

  • Matheus Silva Universidade Federal de Ouro Preto
  • Luciana da Costa Dias Universidade Federal de Ouro Preto

Resumo

O presente trabalho discorre sobre os conceitos de “devir-animal” e “blocos de sensações”, dos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari, correlacionando-os com as produções artísticas realizadas pelo “Teatro da Crueldade”, de Antonin Artaud como também pela performance arte
na contemporaneidade. Tais conceitos são instrumentos de intensificação de uma prática que liberta o corpo de uma lógica dominante e o leva para lugares não conhecidos, selvagens e impessoais. Através destas transversalidades, é possível pensar a performance arte e o “Teatro
da Crueldade” enquanto práticas processuais inventivas que não se prendem a limites fronteiriços entre pensamento e corpo, desorganiza suas formas primárias enquanto releva impulsos de animalidade que o faz contrair e dilatar. Ao investigar seus blocos de “afectos” e “perceptos”, os corpos podem ultrapassar seus contornos; através do movimento migratório entre homem e animal, é capaz de expressar forças e tornar expresso sensações não-ditas, a ir além dos signos, ao encontro das coisas em seu estado provisório, afirmando a vida em sua potência produtiva.

Referências

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AUTOR DESCONHECIDO. Comentários sobre “Quebrar santos: liberdade religiosa e outros elefantes brancos”, 2013. Disponível em:

http://incandescencia.org/2013/07/28/quebrar-santos-liberdade-religiosa-e-outroselefantes-

brancos/

Publicado
2018-08-15
Seção
Estudos da Performance