De bendito, laptop e celular: o corpo e suas visualidades no catecismo das redes sociais

  • Jorge das Graças Veloso Universidade de Brasília

Resumo

Trata-se este trabalho de uma reflexão sobre diálogos estabelecidos entre a Etnocenologia e a Cultura Visual para a análise de imagens incorporadas por fazedores das folias do Divino Espírito Santo na região do Distrito Federal e seu entorno. Segundo os que fazem da Cultura Visual o seu campo de investigação, mais que a própria imagem, o que deve prevalecer é a que ela se destina. Já nos diálogos estabelecidos
pelos estudos etnocenológicos, as visualidades produzidas são sempre para o agenciamento com o outro, tanto nos estados de teatralidade quanto de espetacularidade. Se assim é, aquilo que é materializado nos cortejos das folias do Divino como uma imaginária visível, por exemplo, mesmo tendo uma função sagracional, serve-se mais fortemente a outro significado de igreja, que é o vínculo proporcionado pelas vivências eclesiásticas, comunitárias. E adquire também outro caráter, de tornarem-se pontos de ligação, quando são estudados os processos de substituição dos velhos mestres por novos foliões, muitos deles adolescentes. Então, daí partindo, são perceptíveis tanto na Cultura Visual quanto na Etnocenologia, assim como no entrecruzamento dessas duas áreas de saberes, diversos pontos de sustentação para estas reflexões, aqui estabelecidas.

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Publicado
2018-08-15
Seção
Etnocenologia