Caricatas x Palhaças: Aproximações e diferenças

  • Sarah Monteath dos Santos Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
  • Erminia Silva Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Resumo

A partir de entrevistas realizadas com alguns artistas circenses no Sudeste do Brasili, percebeu-se que a criação e atuação das mulheres palhaças era
incomum no ambiente circense. Em certas referências sobre a teatralidade
circense, em especial no que se refere ao modo de organização do espetáculo conhecido como circo-teatro, destaca-se uma proximidade entre a arte do palhaço e o tipo cômico feminino identificado como caricata que, de acordo com Andrade (2010),seria, devido ao exagero de sua construção,“praticamente a versão feminina do palhaço”, tornando-se, atualmente, referência importante para algumas mulheres palhaças. No entanto, para alguns circenses as duas atuações diferem entre si, no que diz respeito às suas relações com o texto, ou dramaturgia: A caricata estaria “pronta, e o improviso desta não sai daquilo que está escrito” ao passo que a palhaça, livre do texto, relaciona-se com a subjetividade do artista (Guaraciaba Malhone e Hudi Rocha, relato verbal, apud. SANTOS, 2014.). Para esta pesquisa, como exemplo e fio condutor, observou-se algumas atuações de artistas e caricatas que se relacionaram de
alguma forma com o improviso e a construção do palhaço. Destas, destaca-se, em relação ao Sudeste. Elisa Alves, do Circo Guarani, que atuou como palhaço Xamego, e Dercy Gonçalves, citada como influência para muitas palhaças atuais.

Referências

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Publicado
2018-08-15
Seção
História das Artes e do Espetáculo