Rompendo o Molde: Quando é necessário abrir mão do convencional

  • Holly Elizabeth Cavrell Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Algumas considerações sobre a Dança Contemporânea: ela detesta paradigmas. A Dança, hoje, é tão profundamente híbrida, tão completamente fundida de influências que a expressão dança pura parece anacrônica ou arcaica. A Dança é impaciente e irreverente; multicultural, interdisciplinar, racial e eticamente incorporada, estendendo-se muito
além dos treinamentos convencionais. A membrana entre o bailarino e o criador é fina e desapareceu totalmente em certos casos, exigindo uma nova maneira de preparação para esta transição: algo já previsto há quase 250 anos por Noverre, que reconhecia e encorajava a criatividade do bailarino e o desenvolvimento de sua expressão própria. Este consentimento possibilita maior equilíbrio na relação de trabalho entre dançarino e coreógrafo, tornando compartilhada a propriedade e a responsabilidade pelo sucesso de uma produção. Ademais, frequentemente a plateia realiza uma parte importante da apresentação
através de sua participação, algumas vezes transformando o trabalho enquanto ele ocorre. O bailarino não quer mais mostrar o que ele sabe, e sim o que ele não sabe, explorando situações não convencionais que provocam incertezas e instantaneidade em cena. Buscando circunstâncias onde ele precisa fazer escolhas espontâneas, o bailarinoagora exibe uma originalidade, abandonando a execução do movimento mecanizado.
Publicado
2018-08-15
Seção
Pesquisa em Dança no Brasil: Processos e Investigações