O diretor no método BPI: O Processo e o Não-Processo

Resumo

Esta comunicação pretende iluminar a atuação do diretor no método BPI. Neste método a autoria é compartilhada. Embora a atuação do diretor seja fundamental, o primeiro autor do espetáculo é a pessoa cujo corpo está em processo. Isto tem provocado certo equivoco quanto à compreensão da função deste tipo de direção que apresenta particularidades. Uma das características deste método é que ele valida o corpo da pessoa durante todo o processo. E isto faz uma grande diferença. O diretor faz a passagem de algo muito particular retirado do corpo do bailarino- a criação emerge da relação do inventario no corpo com o co-habitar com a fonte- e amplia para o mundo. O diretor fiel ao conteúdo que emergiu deste corpo e junto com ele expande para novas pesquisas trazendo para um coletivo algo essencial daquele corpo em processo. Esta é uma atuação do diretor caso contrário o intérprete pode ficar preso aos seus conteúdos sem dinamizá-los. A travessia é a dois, mas quem conduz é o diretor. A clareza e a precisão nas relações entre o diretor e o intérprete remetem à imagem do setting ou enquadre tão bem conhecido na psicanálise, para que também caiba o não–processo.