Mímesis e Subtexto

  • Raquel Scotti Hirson Universidade Estadual de Campinas

Resumo

O desenvolvimento da metodologia da Mímesis Corpórea, criada no Lume, retomou, dentre outras práticas e conceituações, a ideia do subtexto stanislavskiano. A partir da pesquisa da tese de Doutorado da autora, “Alphonsus de Guimaraens: Reconstruções da Memória e Recriações no Corpo”, a Mímesis Corpórea adquire nova via de ação: a Mímesis da Palavra. O suporte textual passa a ser experimentado para dar sofisticação ao não-dito, às palavras não ditas - palavras dançadas; friccionando, assim, com o subtexto de Stanislávski. Em trinta anos, as pesquisas do Lume sempre foram atravessadas por essa invisibilidade potente, como, por exemplo, na criação de
um vocabulário corporal de potencialidades pessoais – A Dança Pessoal – e no
estreito laço com mestres da Dança Butô, que, com os atores, dançaram imagens e movimentaram o paradoxal espaço vazio, na busca de uma presença. Este texto é o início da discussão de um suporte conceitual que possa retroalimentar a prática da Mímesis da Palavra.

Referências

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Publicado
2018-08-15
Seção
Territórios e Fronteiras da Cena