LÍNGUA PRA QUE TE QUERO: ENTRE PERSONAGENS TIPOS E CARICATURAS

  • Urânia Auxiliadora Santos Maia Oliveira Universidade Federal de Goiás
  • Valéria Maria Chaves Figueiredo Universidade Federal de Goiás

Resumo

Este resumo pretende apresentar o processo de montagem do espetáculo
“LÍNGUA: pra quê te quero” resultado da disciplina Oficina do Espetáculo do
curso de Artes Cênicas da UFG. Faz-se necessário testemunhar a saga do
Prof. Asclepíades Tourinho para entender todos os modos, tempos, formas,
hábitos, costumes e maneiras de aplicar, de utilizar, de praticar, de exercitar... a
língua! Baseando-se nas Crônicas O GRAMÁTICO, de Humberto de Campos,
e A HONRA DOS BROSSABOURG, de Georges Courteline, e em muitas
histórias e mexericos da vida real, a autora deu com a língua nos dentes, e,
enquanto o diabo esfregou um olho, usou metáforas e trocadilhos, exagerou
em provérbios, prolóquios, adágios e conversa pra boi dormir...
Aproveitou enquanto Brás era tesoureiro, e perguntou: LÍNGUA, pra quê te
quero? O que foi mais intensificado no processo de montagem do referido
espetáculo foi a construção de personagens. Sabemos que os personagens se
dividem em simples e complexos, na peça trabalhamos com os simples que
podem ser classificados em tipo e caricatura. O tipo possui determinadas
características determinantes, o seu comportamento é previsível no decorrer
das cenas, o que lhe atribui funcionalidade relacionando-o com o universo que
o cerca. A caricatura é o tipo com um determinado aspecto ou traço
exacerbado, explorado ao extremo e transformando-se na característica
principal do personagem. A caricatura pode aparecer na tragédia, mas seu
emprego se dá, na maioria das vezes, nas sátiras e nos textos irônicos. Sua
utilização tem por finalidade ironizar, ridicularizar ou criticar comportamentos e
pessoas de determinados grupos sociais. Para a criação dos personagens
tipos e caricaturas recorremos ao método das Ações Físicas de Constantin
Stanislavisk. Nossa pesquisa baseou-se no princípio sob o qual Stanislávski
apoia sua prática teatral; uma natureza orgânica que guia a atuação do ator.
Assim, trabalhamos a criação de personagens dentro dos limites físicos e
psicológicos humanos. Nesse sentido, priorizamos algumas conceituações
sobre o corpo e os processos de criação. Nos estudos do movimento elegemos
a busca de um corpo que funda a própria cena e para tal, recorremos também
ao sistema Laban.

Referências

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Publicado
2018-08-15
Seção
Processos de Criação e Expressão Cênicas