Arlecchino e Mateus, Duas Máscaras Cômicas Demoníacas

  • Ivanildo Lubarino Piccoli dos SANTOS Universidade Estadual Paulista
  • Mário Fernando Bolognesi Universidade Estadual Paulista

Resumo

Este estudo traça um paralelo com as semelhanças demoníacas de
duas máscaras cênicas que se apresentam sempre na cor preta, Arlecchino da
Commedia dell’Arte, objeto de couro e Mateus do Cavalo Marinho
Pernambuco, pintado no rosto.
Partindo de um breve histórico com as proximidades profanas de seus
antecessores que originaram o Arlecchino e a figura de Mateus. Estas duas
máscaras possuem caráteres zoomórficos que são acrescidas de uma
movimentação gestual grotesca e agressiva e utiliza-se de objetos que lhe são
verdadeiros amuletos, executando um rito celebrativo. Desde Francisco
Borromeu, no século XVI, quando expulsa a máscara do rito sagrado católico e
estas vão para rua, divertir o público transeunte, tem, ainda hoje, o espaço
público para as apresentações do Cavalo Marinho no período sagrado, o Ciclo
Natalino, mas com todas as características profanas.
Este estudo ressalta também como estes atores, performances ou
brincantes que se utilizam destas máscaras demoníacas acabam tendo uma
longevidade representativa. E por fim faz-se um paralelo dos recursos cênicos
utilizados em cada uma destas máscaras pretas.

Referências

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ZEMON-DAVIS, N. Le Culture el Popolo. Sapere, rituali e resistenze nella

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Publicado
2018-08-26
Seção
Artes Cênicas na Rua