Detritos em cena: histórias presentificadas em Cidade Submersa do Grupo Vertigem

  • Lúcia Helena Martins Centro Universitário Campos de Andrade
  • Anna Stegh Camati Centro Universitário Campos de Andrade

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a intervenção urbana Cidade submersa
do Grupo Vertigem, que aconteceu no terreno da antiga rodoviária da luz da
cidade de São Paulo. Neste evento cênico o papel fundamental era
desempenhado pelo público, convidado a criar/imaginar a história de cada
fragmento em destroço que compunha as ruínas da antiga rodoviária, por meio
de contato físico com os escombros, mediado por instrumentos da arqueologia.
As cargas semântica e historiográfica inerentes ao local do evento foram
fundamentais para a percepção por parte do público e desta forma, na relação
de presentificação para a criação do relato histórico a partir dos fragmentos de
destroços. Tendo em vista que na contemporaneidade não existe um grande
relato, mas fragmentos de histórias, analiso o processo de percepção e
construção cênica-histórica do aqui-agora realizados a partir das relações entre
espaço e público, à luz dos seguintes teóricos: Hans Thies Lehmann, Michel de
Certeau, Evill Rebouças, Nicolas Bourriaud.

Referências

BOURRIAUD, N. Radicante – por uma estética da globalização. Trad.

Dorothée de Bruchard. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano: 1. Arte de fazer. Trad. Ephraim

Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 2011.

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LEHMANN, H. T. Escritura política no texto teatral: ensaios sobre Sófocles,

Shakespeare, Kleist, Büchner, Jahnn, Bataille, Brecht, Benjamin, Müller,

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REBOUÇAS, E. A dramaturgia e a encenação no espaço não convencional.

São Paulo: Editora UNESP, 2009.

Publicado
2018-08-26
Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade