R & J Shakespeare – Juventude Interrompida: ressonâncias do Renascimento

  • Sergio Nunes Melo Universidade Federal da Bahia

Resumo

Esta comunicação discute a montagem brasileira de R & J Shakespeare –
Juventude Interrompida, adaptação de Romeu e Julieta, de Shakespeare, por
Joe Calarco – observada por este pesquisador algumas vezes entre 2011 e
2012. A comunicação é uma investigação narrativa de cunho fenomenológico
que examina a montagem carioca, dirigida por João Fonseca, à luz da história
cultural recente, levando em conta principalmente o meme da interdição da
homoafetividade tanto no Renascimento quanto hoje. Analisando a própria
adaptação, a poética de sua encenação brasileira, as atuações, a trilha sonora,
os aspectos visuais e o contexto social, a comunicação argumenta que o evento
teatral em questão atualiza as práticas originais visto que, combinando um tema
trans-histórico com questões prementes sem recorrer à ilustração de uma
questão politico-doutrinária, tem promovido um impacto signficativo nas plateias
de várias culturas teatrais do país. Assim, a comunicação se insere numa
discussão acadêmica vigente que visa responder o que as montagens
shakespearianas contemporâneas nos ensinam sobre os textos dramáticos.

Referências

BROWN, John Russell. “Learning Shakespeare’s secret language: the limits of performance studies.” New Theatre Quarterly 24:3 (August, 2008) 211-221.

COOPER, Helen. The English Romance in Time: Transforming Motifs from

Geoffrey of Monmouth to the Death of Shakespeare. Oxford: Oxford University Press, 2004. 542 p.

CROWTHER, Paul. The Transhistorical Image. Cambridge: Cambridge

University Press, 2002. 218 p.

DERRIDA, Jacques. (1993) Specters of Marx: The State of the Debt, the Word of Mourning, and the New International. Tradução de Peggy Kamuf. New York: Routledge, 1994. 256 p.

DESSEN, Alan C. Elizabethan Stage Conventions and Modern Interpreters.

Cambridge: Cambridge University Press, 1984. 204 p.

FÉRAL, Josette. “Por uma poética da performatividade: o teatro performativo.” Tradução de Lígia Borges. Sala Preta, No. 8, 2008, p. 197-210

HUTCHEON, Linda. A theory of adaptation. New York: Routledge, 2006. 256 p.

WORTHEN, W. B. Shakespeare and the force of modern performance.

Cambridge, Cambridge University Press, 2003, vii + 274 p.

Publicado
2018-08-26
Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade