Dramaturgias para máquinas que lembram: entre video games, passwords e memory cards

Resumo

O presente trabalho analisa aspectos dramatúrgicos nos video games dando ênfase especial a sua relação com os avanços tecnológicos que permitem que a ação do jogador seja registrada ao longo do jogo. A partir desse recorte, confronta exemplos de dramaturgias em jogos produzidos sem a tecnologia de registrar o progresso do jogador a exemplo de Bobby is going home (ATARI 2600), Super Mario Bros.(NES) e Alex Kidd in miracle world (Master System) jogos em que tais registros são feitos a partir de senhas disponibilizadas depois do fim de cada fase, como nos casos de Alex kidd in high tech world (Master System) e Splater house (Mega Drive), e jogos que, a partir do advento do memory card, registram o progresso do jogador em save points, como Resident Evil (PS1), ou God of War (PS2). Conclui, enfim, que a possibilidade de salvar o progresso em jogo foi fundamental para o surgimento de dramaturgias de alta complexidade e longa duração nos video games produzidos para consoles, tendo ainda reforçado a não linearidade e a multilinearidade como características da narrativa dramática nesse meio.