O duplo em cena: criação e memória

  • Maria Cristina Souza Brito Souza Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

A pesquisa desenvolvida no espetáculo “O amor e a donzela no teatro da crueldade da Demanda do Santo Graal”, objetivou no episódio da descoberta do amor pela filha do rei Brutus na novela medieval, o teatro como um duplo da vida. Neste artigo analisa-se como a Donzela rememora em rito o amor, através da expressão de ecos da memória que se objetivam no tempo e no espaço numa relação de duplo. O espaço como um dado real ou simbólico e o tempo como manifestação no presente de um passado que, por sua vez, em
rito se presentifica. Nesse sentido, a pesquisa procurou a criação de signos que se definem pela estreita relação existente entre a fala e o movimento na construção de um mundo simbólico. Introduz-se assim o espetáculo no universo da poesia no espaço. Através da expressão de ecos da memória a partir da relação de duplo existente no tempo (passado/presente), no espaço (real e simbólico) e no discurso (verbal/gestual), tudo se integra na personagem que se objetiva em memoria ritualizada no espaço.

Referências

ARTAUD, Antonin. O teatro e seu duplo. São Paulo: Martins Fontes. 1993.

--------------------------. Linguagem e Vida. São Paulo: Perspectiva. 1995.

Manuscrito de século XIII: A Demanda do Santo Graal. Texto sob os cuidados de Heitor Megale. São Paulo: Universidade de São Paulo. 1988.

Publicado
2018-08-26
Seção
Estudos da Performance