Peter Brook, um Teatro Formas SimplesCASTRO, Ana Luiza de Magalhães
Resumo
O texto aborda alguns aspectos da atuação narrativa própria ao teatro desenvolvido por Peter Brook, utilizando os conceitos de formas simples e de “pulsão de ficção”trabalhados por Suzi Sperber no campo da teoria literária. Reconhecendo a efabulação
enquanto uma pulsão humana essencial, que pode ser detectada na cena de Brook
através da relevância do papel da imaginação e também da relação ator-espectador.
Conclui que o ator narrador em Brook se aproxima das reflexões de Walter Benjamin
sobre o narrador e a narrativa tradicional, que se verifica no desejo do diretor de
reencontrar uma comunicabilidade que instaure a dimensão da “construção de si”. Um
nível de operação que é próprio da função narrativa nas culturas tradicionais que
pressupõem a experiência humana enquanto condição comum, tornando possível a
transmissão e construção de sentidos dentro de um ambiente de pertencimento coletivo.
Referências
BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas, Vol. 1, São Paulo: Brasiliense, 2001.
BROOK, Peter. Fios do Tempo. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2000.
____________. A Porta Aberta. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
ROOSE-EVANS, James. Experimental Theatre – from Stanislavsky to Peter Brook. London and New York: Routledge, 2001.
SPERBER, Suzi Frankl. Ficção e Razão – uma retomada das formas simples. São Paulo: Editora Hucitec, 2009.
SPERBER, Suzi Frankl. Para uma gramática da ficção: uma leitura brasileira das formas simples. V. 1. Tese apresentada ao Concurso para Titular em Teoria Literária, DTL, IEL, Unicamp. Campinas: 1998.
HUNT, Albert and REEVES, Geoffrey. Peter Brook – Directors in Perspective.
Cambridge: Cambridge University Press, 1999.