Memória e tragicidade

  • Carmem Gadelha Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

Esta proposta dá sequência a trabalhos anteriormente apresentados à ABRACE e
indaga sobre o trágico na sociedade contemporânea e na cena teatral. Agora será
abordada a memória: sua relação com os mitos e a política no interior do conflito
trágico, tomados os gregos como modelo lógico. Na modernidade, a perda de vigor
dos mitos insere a memória no terreno do psiquismo e da subjetividade; ao mesmo
tempo, surgem confrontos com a História. É necessário observar desempenhos
relacionados a tempo e espaço, para compreender novas inscrições do trágico no
capitalismo pós-moderno. Superado o fordismo e posta em crise a noção de “povo”, há
que buscar analogias entre a categoria de “multidão” e o sujeito coletivo que faz
corresponder o esvaziamento da idéia de personagem à não-ação (situação,
narratividade) teatral. Na relação memória/história, as preocupações recaem sobre as
novas condições de linguagem de um teatro político. Pequenos estudos de caso
atuam como pontos de localização de indicadores. A pesquisa é dramatúrgica e de
observação de espetáculos, além da leitura e elaboração de material teórico. O estudo
encontra-se em andamento e os resultados são parciais.

Referências

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Publicado
2018-08-26
Seção
História das Artes e do Espetáculo