COREOGRAFIA ‘21’ DO GRUPO CORPO: PROCESSO DE CRIAÇÃO CÊNICA E IDENTIDADE ARTÍSTICA
Resumo
A coreografia “21”, criada pelo coreógrafo residente do Grupo Corpo, Rodrigo Pederneiras, em 1992, é entendida pela crítica e pelos profissionais de dança como um divisor de águas na dança brasileira. Levada a público 16 anos após a criação do grupo, em 1976, “21” condensa o direcionamento perceptível do fim do século XIX até então, quando a dança brasileira buscava uma identificação de estilo e de técnica. A obra repousa sobre as divisões rítmicas possíveis do número 21, utilizando movimentações cadenciadas, descentralizadas e com abundante detalhamento cinético. O hibridismo técnico do elenco fica evidente, trazendo à coreografia o folclore e a dança contemporânea sobre uma forte base clássica. A referência visual cenográfica e de figurinos é também muito definida e, sem propor uma mera folclorização, participa da construção da identidade da obra. O presente estudo qualitativo expõe uma revisão sobre o processo coreográfico de “21”, situando a obra em cronologia e relevância dentro da história do grupo e da construção de sua identidade artística. São utilizados registros históricos e contemporâneos indiretos (bibliografia, periódicos, vídeos e fotografias).Referências
ACHCAR, D. Balé, uma arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998. 348 p.
BELL, J. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em
educação, saúde e ciências sociais. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BOGÉA, I. Primeira Estação: ensaios sobre a São Paulo Companhia de
Dança. São Paulo: Imprensa Oficial, 2009. 336 p.
______. Oito ou nove ensaios sobre o Grupo Corpo. São Paulo: Cosac &
Naify Edições, 2001. 208 p.
CALDAS, P. O movimento qualquer. In: WOSNIAK, C. et al. Seminários de
dança: o que quer e o que pode [ess]a técnica. Joinville: Letra d’água, 2009, p. 34-44. 176 p.
CAMINADA, E. História da dança: evolução cultural. Rio de Janeiro: Sprint,
486 p.
CAMPOS, G. Glossário de termos técnicos do espetáculo. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1989. 159 p.
CATTANI, I. Arte contemporânea: o lugar da pesquisa. In: BRITTES, B;
TESSLER, E. O meio como ponto zero: metodologia de pesquisa em artes
visuais. Porto Alegre: Editora da Universidade, 2002, p. 35-50.
DANTAS, M. F. Ce dont sont faits les corps anthropophages: la
participation des danseurs à la mise en oeuvre choréographique comme
facteur de construction de corps dansants chez deux choréographes
brésiliennes. 2008. Tese de doutorado. Université Du Québec à Montreal.
Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/15587 > Acesso em 23 abr 2012.
DANTAS, M. F. Dança: Forma, técnica e poesia do movimento. 1996.
Dissertação de mestrado. Unversidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola
de Educação Física, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Disponível em:
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1489 > Acesso em 23 abr 2012.
DICK, B. Grounded theory: a thumbnail sketch. Publicado em: 2005.
Disponível em: < http://www.scu.edu.au/schools/gcm/ar/arp/grounded.html>.
Acesso em: 22 abr. 2011.
ECO, U. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1989.
FREITAS, N. K. A diversidade na pesquisa em artes visuais: ciência com
consciência. Grupo de Pesquisa, Arte e Educação. I Encontro Interdisciplinar.
Universidade do Estado de Santa Catarina. Disponível em:
<http://www.gpae.ceart.udesc.br/artigos2/artigo-prof_neli_klix_freitas.pdf >.
Acesso em: 21 abr. 2011.
GARAUDY, R. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. 1889 p.
GRUPO CORPO. Obras: 21. Disponível em: < http://www.grupocorpo.com.br>. Acesso em: 22 abr. 2011.
GÜNTHER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a
questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 22, n. 2, p. 201-210,
maio/ago. 2006.
PEREIRA, R. A formação do balé brasileiro: nacionalismo e estilização. Rio
de Janeiro: FGV, 2003. 332 p.
REIS, D. Representações de brasilidade nos trabalhos do Grupo Corpo:
(des)construção da obra coreográfica 21. 2005. Dissertação (Mestrado em
História)–Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais, 2005. Disponível em: < http://www.luciavillar.com.br/bibliodance_3b.htm>. Acesso em: 24 abr. 2011.
REIS, D. Grupo Corpo: o nacional na cena da dança contemporânea. Anais
do XVII Encontro Regional de História – O lugar da História. ANPUHSP/
Unicamp. Campinas, 6 a 10 de setembro 2004.
REIS, S. R. Rodrigo Pederneiras e o Grupo Corpo: dança universal. São
Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008. (Coleção Aplauso/Série Dança)
SALLES, C. A. Gesto inacabado; processo de criação artística. São Paulo:
Annablume, 1998.
SANTANA, I. Corpo e(m) imagens nas “novas” configurações de dança. In:
WOSNIAK, C. et al. Seminários de dança: o que quer e o que pode [ess]a
técnica. Joinville: Letra d’água, 2009. 176 p.
SARAIVA, E. V. Um “Pas de Deux” da estratégia com a arte: as práticas da
Companhia de dança Grupo Corpo. 2009. Tese de Doutorado – Faculdade de Ciências Econômicas, Belo Horizonte, 2009. Disponível em:
< http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?
select_action=&co_obra=189611&co_midia=2>. Acesso em: 24 abr. 2011.
SCHOPENHAUER, A. A arte de escrever. Porto Alegre: L & PM, 2007.
STRAZZACAPPA, M. A arte do espetáculo vivo e a construção do
conhecimento: vivenciar para aprender. In: FRITZEN, C; MOREIRA, J:
Educação e arte: as linguagens artísticas na formação humana. Campinas,
SP: Papirus, 2008, p. 77-118. (Coleção Ágere)
TRIVIÑOS, A. N. S.; MOLINA NETO, V. A pesquisa qualitativa na educação
física. Porto Alegra: Editora da UFRGS, 2004.
ZAMBONI, S. A pesquisa em arte: um paralelo entre arte e ciência. Campinas, SP: Autores associados, 1998.