Os afetos plásticos do corpo e suas implicações na restauração em obras Coreográficas

Resumo

A Arte Coreográfica é efêmera para quem a contempla, mas o dançarino guarda em sua carne a memória desta experiência. Trata-se de uma arte viva onde cada publicação cênica não se apresenta como um filme que a pesar do tempo e do espaço, a ação do ator é a mesma na gravação. Assim tomo emprestado das Artes Plásticas a ideia de Restauração para propor neste artigo a sua aplicação em Arte Coreográfica. Pois na restauração de uma obra coreográfica o dançarino evoca diferentes instâncias da sua memória (histórica, estética e corporal/afetiva), para que a obra não se deteriore. Por meio deste conjunto de instâncias da memória fica possível uma nova execução da peça. Visto que os movimentos da dança contemporânea acessam uma linguagem poética e emotiva na sensibilidade do corpo pensante e não uma linguagem referencial e classificatória de sua inteligibilidade. Então porque a obra coreográfica é revivida a cada publicação cênica, pretendo costurar estas diversas instâncias da memória, onde a inteligência corporal é acionada para compor e recompor a obra artística a cada publicação. Por isso evocarei a discussão de como se tece o trabalho coreográfico antigo e o novo para sua restauração.