JOSÉ FIRMINO DA SILVA

  • Renata de Lima Silva Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Em uma pesquisa na qual a hipótese central consiste na idéia de que na capoeira angola e nos sambas de umbigada existe um referencial técnico, formal e poético para se pensar o corpo na dança contemporânea, observa-se uma identidade corporal construída numa relação dinâmica entre corpo e cultura. Tal relação, em sua historicidade é marcada por assimilações (incorporações) e criações, num devir tradição e inventividade no qual o “o corpo se movimenta na cultura ” e que  “o corpo é movimento da cultura”. Como trazer a baila essas relações, devires e, principalmente, imagens e sensações (já que se trata do corpo em sua materialidade) para o campo da pesquisa em arte, sem incorrer no risco de longos caminhos no terreno das ciências sociais? Numa tentativa de responder essa questão, surge José Firmino da Silva, numa narrativa semi-ficcional e performativa, como recurso utilizado para se criar ou mesmo acionar o imaginário e percepção de um contexto histórico-cultural no qual uma identidade corporal é construída e assume a corporeidade própria das manifestações em questão. Seu Firmino, um jovem senhor de 400 anos traz no corpo um pouco da história do negro na formação cultural brasileira; da capoeira angola e dos sambas de umbigada, fundidas em minha história pessoal e passando por questões de cunho social a elas inerentes.
Publicado
2018-08-30