A mulher que comeu o mundo: o processo de montagem e a função ator diretor

  • Ana Cecília de Carvalho Reckziegel Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

Propõe-se uma reflexão acerca da pesquisa realizada durante o processo coletivo de criação do espetáculo teatral A mulher que comeu o mundo, do grupo gaúcho Usina do Trabalho do Ator, no qual a autora se insere como atriz e pesquisadora. Descreve-se o processo, não calcado em um texto dramatúrgico prévio, mas livremente inspirado em um conto que trata da ganância humana. Aborda a contribuição pessoal de cada ator, visando a um trabalho coletivo apoiado no princípio da “montagem”, proposto por Barba, a partir de Eisenstein. Examina as propostas de roteiros sugeridas pelos atores, com o objetivo de aproximar-se do tema central do espetáculo. Analisa tais propostas, desenvolvidas de forma prática durante os ensaios, e a consequente constituição da figura do ator diretor. Trata de compreender como a inter-relação entre as propostas de montagem dos atores e desses como atores diretores se fundem e geram uma terceira: a da obra teatral em tela.

Referências

BARBA, E.; SAVARESI, N. A arte secreta do ator. São Paulo-Campinas: Editora Hucitec/ Editora da UNICAMP, 1995.

DE MARINIS, MARCO. En busca del actor y del espectador. Compreender el teatro II – 1a. d. – Buenos Aires: Galerna, 2005.

FAGUNDES, ANTÔNIO AUGUSTO. Os melhores causos de galpão – 3a. ed. – Porto Alegre: Martins Livreiro Ed., 2001.

ICLE, Gilberto. Teatro e construção de conhecimento. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2002.

PAVIS, PATRICE. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.

Publicado
2018-08-30