Improvisação Teatral: Algumas Considerações

  • Sandro de Cássio Dutra Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

O improviso é elemento presente em qualquer espetáculo teatral – desde o mais
formalizado até o mais aberto a inovações. Nesse sentido, muitos grupos teatrais criam e encenam seus espetáculos deixando o mínimo de espaço para a improvisação. Por outro lado, há grupos que aderem ao improviso para resolver diversos problemas cênicos ou até mesmo para constituí-lo como o motor da encenação. Em entrevistas realizadas com atores e diretores de grupos participantes da 1ª Mostra Lino Rojas de Teatro de Rua, na cidade de São
Paulo, no ano de 2006, observamos haver uma divergência no entendimento da noção de improviso entre os entrevistados. Para alguns, o improviso é visto como uma ferramenta para a construção de cenas, diálogos e marcações, ou seja, é oportuno no momento da montagem do espetáculo. Para outros, a improvisação é conveniente no instante mesmo da encenação, pois, na rua, há margem para se compor o espetáculo juntamente com os espectadores. Percebemos ainda a concepção de que o uso do improviso amplia e aprofunda o conhecimento cênico e, conseqüentemente, a experiência pessoal de cada artista. A partir dessas visões, procuraremos identificar teorias teatrais que vêm corroborar as práticas dos grupos entrevistados e verificar se os trabalhos cênicos dos grupos com o improviso que, à primeira vista, pareciam apontar para um desacordo, não seriam apenas opções pontuais de cada um deles, dentro de um conjunto variado de caminhos oferecidos pela improvisação. Neste sentido, as abordagens do improviso na commedia dell’arte, nas elaborações de Viola Spolin, de Augusto Boal, de Eugênio Barba e de Dario Fo nos serão necessárias e oportunas.

Referências

BIAGGIOLI, Carlos. São Paulo: 2006. Entrevista concedida a Sandro de Cássio Dutra.

CARVALHO, Paulo. São Paulo: 2006. Entrevista concedida a Sandro de Cássio Dutra.

CRUCIANI, Fabrizio e FALLETTI, Clélia. Teatro de rua. São Paulo: Hucitec, 1999.

FERREIRA, Marcus di. São Paulo: 2006. Entrevista concedida a Sandro de Cássio Dutra.

FO, Dario. Manual mínimo do ator. 3ª ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.

PAVANELLI, Marcos. São Paulo: 2006. Entrevista concedida a Sandro de Cássio Dutra.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2003.