Memória e continuidade: por um(a) novo(a)o Pró-Posição

  • Andréia Vieira Abdenur Camargo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Resumo

Este artigo discute a memória como continuidade nos processos artísticos, em detrimento da noção de retomada, recuperação ou retorno. Através da experiência de relançamento do grupo de dança Pró-Posição, 25 anos após seu encerramento, investigaremos o fenômeno da reaparição, como uma nova proposição, dentro de continuidades e descontinuidades recorrentes nos atos de esquecer e memorar. O Grupo Pró-Posição, fundado em 1973 e extinto em 1983, foi esparsamente citado em biografias, “livros-catálogos” e alguns poucos textos que narram a trajetória da dança paulista. Nas publicações em jornais, há um quadro de críticas e reportagens, realizadas nos anos 70 e 80, com pontuadas referências durante as as ressurgências do grupo, na  década de 90. Nos anos seguintes, o grupo caiu em total esquecimento, até sua mais recente aparição, em 2008, quando voltou a figurar nos cadernos de cultura. Dessa forma, o estado da arte deste estudo apresenta um território ainda pouco visitado, que merece aprofundamento.A Teoria Corpomídia (Katz&Greiner) será usada como um articulador entre teorias evolucionistas e a semiótica da cultura. O problema principal da pesquisa reside em questionar o que determinaria o ressurgimento do grupo como um fenômeno de continuidade e não de retomada. A hipótese básica aqui levantada prega a necessidade do esquecimento como complemento da memória. Concatenando estes campos epistemológicos, a pesquisa segue em direção a uma tese que pensa a dança como um fenômeno da comunicação e a ela correlato.