Memória ativa: Impressão e expressão no trabalho do ator
Resumo
O presente artigo traz uma reflexão a respeito do trabalho criativo do ator sobrea memória, com base nos estudos de Gaston Bachelard e Amilcar Borges de
Barros. Entendida nesta reflexão como movente e ativa, a memória propicia
que traços, imagens, gostos, aspectos culturais e o caminho percorrido pelo
ator ao longo de sua vida sejam revisitados e transformados num refazer
continuo. Uma historicidade corporal ao produzir uma possível especificidade
de linguagem cênica faz da memória um dispositivo de impressão e expressão
no qual um elemento particular torna-se procedimento de criação. Os
elementos da memória, inscritos ativamente no corpo, são recriados e
reeditados. Nesta ação são transformados o passado, o presente e o sujeito. O
dinamismo existente em tais processos requalifica experiências, reconfigura
interpretações e relaciona novas referências para a criação cênica.
Referências
BACHELARD, Gaston. A agua e os sonhos. São Paulo: Martins Fontes. 1998.
BACHELARD, Gaston. A dialética da duração. São Paulo: Editora Ática, 1994a.
BACHELARD, Gaston. A filosofia do não; O novo espírito científico; A
poética do espaço seleção de textos José Américo Motta Pessanha. São
Paulo: Editora Abril Cultural, 1978.
BARROS, Amílcar Borges de. Dramaturgia corporal. Santiago: Editora Cuarto
Proprio, 2011.
DAMÁSIO, Antônio. O erro de Descartes emoção razão e o cérebro humano. São Paulo: Editora Companhia das Letras 1996.
DAMÁSIO, Antônio. O mistério da consciência : do corpo e das emoções
ao conhecimento de si. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2000.
Seção
Processos de Criação e Expressão Cênicas