Teoria da Imitação: C. Stanislavski e M. Chekhov

  • M. V. F Almeida Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
  • Nara Waldemar Keiserman Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

A pesquisa busca identificar como se desenvolve uma “teoria da imitação” na
técnica de atuação de Michael Chekhov a partir de um peculiar desdobramento
do Sistema Stanislavski sobre o trabalho com a imaginação. Para Stanislavski,
o desenvolvimento de métodos e treinamento da imaginação, fazem parte da
compreensão do caminho externo e interno do trabalho do ator na criação da
ação do personagem. O ator não imita uma imagem criada previamente, mas
usa a imaginação para se colocar no estado criativo, gerador de uma ação.
Para M. Chekhov, o ator deve primeiramente imaginar o personagem, sua
forma física, sua voz, seu peculiar jeito de andar etc, e depois imitá-la
fisicamente. No entanto, para Chekhov, a imitação não se limita só ao
comportamento externo da imagem, mas busca penetrar a essência interior, ou
seja, o que ela porta como conteúdo. Finalmente, essa teoria de Chekhov
corresponde a conceituação de Platão, para quem, toda imitação é criação,
enquanto que a de Stanislavski é aristotélica.

Referências

CHEKHOV, Michael. Carta à V. A. Podgorni, in: Herança Literária. Moscou:

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Seção
Processos de Criação e Expressão Cênicas